50+ e o futuro que ninguém previu
- Monica Rizzatti
- 15 de ago.
- 2 min de leitura
Dias atrás, recebi o contato de uma amiga que trabalha dentro de uma grande empresa aqui no Rio Grande do Sul. Ela me contou uma situação inusitada que, confesso, me fez parar o que estava fazendo para refletir.
Era dia de reunião delicada. A pauta: cortes de pessoal. A sala estava silenciosa, todos com aquela tensão no ar que só quem já viveu sabe como é. No meio das discussões, o nome de um colaborador de 58 anos surgiu na lista de possíveis desligamentos.
Antes que a conversa avançasse, um diretor pediu a palavra:
“Se as coisas apertarem de verdade, ele é o único aqui que já passou por cinco crises econômicas, sabe negociar com qualquer tipo de cliente e não entra em pânico. Isso vale mais que qualquer software.”
Silêncio....
A sala ficou em suspenso por alguns segundos, como se todos estivessem digerindo aquela frase. E eu fiquei imaginando: o que eu teria dito se estivesse ali? Teria concordado, valorizando a experiência, ou teria insistido na troca por alguém “mais novo e mais barato”?
Essa história me fez pensar no quanto ainda carregamos preconceitos silenciosos contra profissionais acima de 50 anos. Quantas vezes já não ouvimos frases como: “Ele é ótimo, mas tem mais de 50.", "Não sei se vai se adaptar às novas tecnologias.” ;“Tem o ritmo mais lento.”, ou quem sabe: "Não combina com o perfil da equipe.”
Mas num cenário como o que vivemos hoje, disputas políticas no noticiário, novas tarifas mexendo com a economia e empresas deixando o estado, talvez seja exatamente essa maturidade que possa fazer a diferença.
O profissional 50+ carrega a capacidade de manter a calma em meio ao caos, tem experiência prática para resolver problemas que a teoria não ensina, possui visão estratégica de longo prazo, sem perder a urgência do agora, tem rede de relacionamentos construída ao longo de anos, que abre portas quando mais precisamos.
E aqui vai minha provocação: Se amanhã você estivesse numa sala de decisões, como a da história que acabei de contar, o que pesaria mais para você: a economia imediata ou a segurança de ter alguém no time que já navegou por mares agitados e sabe como chegar ao porto seguro?
Talvez seja hora de parar de olhar para a idade como um “custo” e começar a enxergar como um patrimônio vivo da empresa, porque experiência não se compra pronta, e o tempo de mercado, não se aprende em curso.
Fica o texto para pensarmos.
Monica Rizzatti
Diretora Executiva





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